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Mesmo com a redução drástica no nível de atividades, o setor da aviação não parou e teve de enfrentar novos desafios diante da pandemia da covid-19. Um dos principais é a retomada da confiança na segurança sanitária dos voos frente aos riscos de contaminação envolvidos. Mais do que oferecer álcool em gel no embarque, na cabine e nos banheiros, os aviões tiveram seus procedimentos de limpeza revistos nos últimos meses, em acordo com orientações internacionais e determinações da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Hoje, com todo o fluxo de higienização e reciclagem do ar dentro de um avião, a chance de contaminação é mínima.
Mesmo com a redução drástica no nível de atividades, o setor da aviação não parou e teve de enfrentar novos desafios diante da pandemia da covid-19. Um dos principais é a retomada da confiança na segurança sanitária dos voos frente aos riscos de contaminação envolvidos.
Mais do que oferecer álcool em gel no embarque, na cabine e nos banheiros, os aviões tiveram seus procedimentos de limpeza revistos nos últimos meses, em acordo com orientações internacionais e determinações da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Hoje, com todo o fluxo de higienização e reciclagem do ar dentro de um avião, a chance de contaminação é mínima.
Tipos de higienização
Existem tipos de higienização específicos para cada situação, desde um processo mais simples até mais complexos, que dependem da interdição da aeronave. São eles: a limpeza, a desinfecção e a descontaminação.
A necessidade de cada um é determinada pela fase do voo, o tipo de sujeira, superfície e periodicidade —como a cada escala, pernoite ou durante o próprio voo mesmo. Cada procedimento tem uma superfície e um momento para ser feito. Por exemplo, a limpeza das mesas e dos braços das poltronas deve ser realizada a cada escala, usando pano e um detergente. Já a desinfecção de janelas e do bagageiro pode ser feita no pernoite, usando químicos específicos.
Nesses procedimentos, são usados desde detergentes e sabão de coco, passando por químicos como quaternário de amônio e hipoclorito de sódio, chegando até a compostos que liberam cloro ativo e paraformaldeído, um tipo de desinfetante hospitalar. A forma de aplicar cada um desses produtos e quando devem ser aplicados são regulados pela Anvisa e pelos fabricantes dos aviões, buscando evitar a deterioração dos componentes das aeronaves.
Periodicidade
É feita com maior frequência, como nas escalas ou no pernoite
Produtos
Materiais menos complexos, como detergentes, desincrustantes e sabão
Exemplo
Limpeza, a cada escala do voo, dos espelhos, fechaduras e interruptores do banheiro, mesas e braços das poltronas
2. Desinfecção
O que é
Após a limpeza, aplica-se produto desinfetante na área atingida e aguarda-se o tempo de ação recomendado pelo fabricante. Na sequência, o local deve ser enxaguado e seco com pano limpo
Periodicidade
Quando o avião chega no seu destino final ou no pernoite, por exemplo
Produtos
Quaternário de amônio, hipoclorito de sódio, hipoclorito de cálcio etc.
Exemplo
Desinfecção de janelas, acessórios, máscara de demonstração, paredes e bagageiro no pernoite
3. Descontaminação
O que é
É um processo mais profundo, que costuma ocorrer em situações onde são constatadas contaminações por sangue, fezes, urina, vômito, outros fluidos orgânicos ou, até mesmo, por agentes biológicos de alto risco. Consiste na eliminação total ou parcial de agentes patológicos de artigos e superfícies
Periodicidade
Pernoite, primeira vez que o avião estacionar, de acordo com a necessidade ou a critério da autoridade sanitária
Produtos
Composto liberador de cloro ativo, glutaraldeído, entre outros
Exemplo
Descontaminação de banheiro com secreções espalhadas, como urina ou fezes
Uma outra técnica de limpeza que cresceu durante a pandemia foi a utilização de pistolas eletrostáticas e outros tipos de máquinas nebulizadoras. Elas geram uma névoa de produtos químicos dentro do avião, que ficam suspensos no ar e aderem a todas as superfícies, inclusive os cantos de difícil acesso. Outra função desses equipamentos é garantir que os desinfetantes nebulizados circulem por dentro do sistema de climatização, ajudando a fazer a limpeza interna desses dutos. Esse método, porém, é utilizado com menos frequência, e só deve ser realizado estando de acordo com as recomendações do fabricante do avião.
Aviões da aviação executiva costumam levar, em geral, menos passageiros que um voo comercial, além de ficarem mais tempo em solo entre suas operações. Com isso, essa modalidade surge como alternativa para se proteger de contágio, apesar do elevado custo quando comparada com a aviação comercial. Segundo Cynthia C. E. de Oliveira, diretora de atendimento da Líder Aviação, os aviões executivos da empresa permanecem pelo menos quatro horas abertos com o ar circulando antes de as equipes começarem a limpeza. Os materiais a serem utilizados também seguem as mesmas normas estabelecidas para a aviação comercial, e cada um tem uma superfície específica para ser aplicado. “Alguns produtos podem estragar o couro dos bancos, por exemplo; já outros não podem ser aplicados nas superfícies eletrônicas, como os painéis da cabine de comando”, disse Cynthia. A Anvisa ainda define que operadores de táxi-aéreo com menos de 19 assentos devem disponibilizar álcool em gel 70% nas aeronaves. Os aviões também não podem recircular o ar nos sistemas de climatização, e, caso um dos passageiros seja sintomático, todos a bordo deverão usar, no mínimo, máscara cirúrgica.
*Fontes consultadas: Azul Linhas Aéreas; Copa Airlines; Cynthia C. E. de Oliveira, diretora de atendimento da Líder Aviação; Danilo Andrade, diretor de segurança operacional da Gol; Miguel Angelo Rodeguero, diretor de segurança operacional da AOPA Brasil (Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves); TAM Aviação Executiva.