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Tecnologia pode ajudar Amazonas a, enfim, exportar gás natural após quebra de monopólio, destaca presidente da Comissão de Assuntos Econômicos da Aleam.
O potencial ainda inexplorado da exportação de gás natural do Amazonas poderá ajudar a reduzir os impactos negativos da pandemia na economia local. A análise é do presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), deputado estadual Ricardo Nicolau (PSD), que defende o investimento em tecnologia para estimular o crescimento do setor.
Nesta terça-feira, 16, o plenário da Aleam aprovou a redação final do Projeto de Lei (PL) nº 108/2021, de autoria do Poder Executivo, que põe fim ao monopólio da Companhia de Gás do Amazonas (Cigás) na distribuição e comercialização de gás natural no estado. O novo marco regulatório também viabiliza a abertura do mercado de gás para atrair novos investidores.
“Acredito no grande potencial do gás natural na geração de emprego, renda e energia limpa. Será possível não apenas ampliar a exploração no âmbito local, mas levar para fora, até porque já há uma tecnologia de compressão que permite a venda do gás para outros estados. É um importante ativo que o Amazonas possui para fazer frente aos graves problemas econômicos provocados pela pandemia”, avaliou Ricardo Nicolau.
O presidente da CAE classificou a quebra do monopólio da Cigás como “libertação”, já que mesmo o Amazonas sendo o terceiro maior produtor de gás natural do país, um percentual significativo do produto ainda precisa ser reinjetado de volta nos reservatórios por falta de mercado consumidor. Para Ricardo Nicolau, esse cenário vem prejudicando a economia amazonense há três décadas.
“A Cigás tem faturamento bilionário, registra alto lucro e nunca mostrou interesse em levar o gás para outros lugares. A aprovação do novo marco legal é um grande passo, um grande avanço, mas isso não impede que a Assembleia Legislativa e o governo estadual possam depois abrir a ‘caixa-preta’ da Cigás e verificar o quanto tudo isso foi lesivo ao patrimônio do Estado”, afirmou o presidente da CAE.
De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), as reservas de gás natural do Amazonas tiveram queda de 43,7% em menos de dez anos devido à ausência de investimentos. A abertura do mercado pode gerar cerca de 48 mil novos empregos diretos e indiretos em 19 municípios amazonenses na próxima década, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV).