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Por Professor José Melo Ex-Governador do Estado do Amazonas
A África é considerada o continente mais antigo do planeta, o berço da humanidade e da agricultura. Com uma área de 30 milhões de quilômetros quadrados, é o terceiro continente mais extenso do mundo. Sua população ultrapassa 1,3 bilhão de pessoas, sendo o segundo continente mais populoso. No entanto, a maioria absoluta de sua população vive em condições de extrema dificuldade, enfrentando serviços públicos precários, poucas políticas de assistência, moradias inadequadas e condições insuficientes de saúde.
É também um dos continentes com maior biodiversidade, com um clima predominantemente tropical, embora abrigue o deserto do Saara, o maior deserto quente do mundo.
A economia africana atualmente baseia-se principalmente no setor primário, com destaque para o extrativismo e a pecuária. Contudo, o continente é extremamente rico em minerais como ouro, diamantes, platina, fósforo, cromo, manganês, bauxita, zinco e urânio; a África tem 25% de toda a reserva de Urânio do Planeta Terra, além de possuir 8% das reservas globais de petróleo e gás.
A pilhagem histórica
Esse continente rico tem sido alvo de pilhagem desde a chegada dos portugueses, há mais de 500 anos, pelas Ilhas Canárias, e dos franceses, pelo Senegal, onde formaram entrepostos comerciais em 1624. Desde então, os europeus vêm explorando suas riquezas de forma sistemática.
A Grã-Bretanha, com seu poderio militar e econômico, assumiu a liderança da colonização africana. Na sequência, França, Portugal, Bélgica, Espanha, Alemanha e Itália também instalaram colônias, sendo os principais responsáveis pela pilhagem do continente.
Além de levar suas riquezas, esses países aprisionaram milhões de africanos, enviando-os como escravos para colônias no Novo Mundo e nas Américas. Até mesmo os Estados Unidos deixaram suas marcas na África, por meio da Libéria. Durante séculos, todas essas nações exploraram as imensas riquezas naturais africanas, deixando como herança pobreza, devastação e doenças.
Genocídios e ditaduras
Além da pilhagem, as potências europeias armaram e incentivaram genocídios de milhares de africanos, incluindo crianças, mulheres e jovens. Também instalaram no poder ditadores que serviram aos seus interesses, mascarando essas ações sob o pretexto de “governos legítimos”.
Mais tarde, a Rússia também entrou em cena, fornecendo armas para ditadores que atuaram a favor de seus interesses, perpetuando o ciclo de exploração e violência.
A África como laboratório
Uma das práticas mais cruéis foi transformar a África em um “laboratório de pesquisas” químicas e bacteriológicas. Como resultado, a África herdou mazelas, doenças e vírus letais. Na África do Sul e na Zâmbia, estima-se que 20% da população esteja infectada pelo vírus da AIDS; em Botsuana, cerca de 39% da população entre 15 e 49 anos também está infectada. Em Lesoto e Zimbábue, o índice chega a 20%. Segundo a OMS, mais de 10 milhões de africanos são portadores do vírus HIV.
Além disso, o continente enfrenta surtos de ebola, febres hemorrágicas, varíola dos macacos, dengue, antraz, peste, cólera, tuberculose e malária, que ceifam milhares de vidas anualmente, transformando a África em uma “verdadeira usina” de doenças.
Reflexão necessária
Enquanto isso, com raras exceções, os países que se beneficiaram e ainda se beneficiam das riquezas africanas permanecem inertes, pouco ou nada fazendo para ajudar o povo africano.
É hora de refletir sobre o que acontece com a “Mãe África”!