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Hoje em dia ouvimos falar muito da tal inovação e ficamos abismados como pessoas conseguem pensar em ideias que revolucionam mercados e mudam a vida e o cotidiano.
Porém, isso vale não apenas para as boas ideias disruptivas, que melhoram a nossa vida, mas também para as más, que trazem medo, insegurança e nos colocam em risco.
Você já parou para pensar como era a vida na aviação antes do terrorismo andar de mãos dadas com o sequestro de aeronaves? Pois é, não existiam detectores de metais, averiguação de bagagens, revista de artigos perigosos e diversos outros procedimentos de segurança que, hoje em dia, não se fazem apenas necessários, mas essenciais para a segurança de voo.
Mas quem teria sido a pessoa que ‘inventou’ o sequestro de aviões? Como foi o primeiro sequestro de um avião registrado? É isso que abordaremos nesse artigo. Se hoje precisamos passar por tantas barreiras de segurança até embarcar em um voo, grande responsabilidade é de 4 criminosos da década de 40.
Era 16 de julho de 1948. Um avião anfíbio Catalina da Cathay Pacific, chamado de Miss Macao, estava prestes a decolar da colônia portuguesa de Macau em direção a Hong Kong, seu destino final.
rtal Grunge, os criminosos não faziam parte de uma gangue e não eram ladrões habilidosos. Eram apenas aldeões que visavam tomar poder da aeronave, direcioná-la para um lugar remoto e cobrar resgate pelo retorno dos passageiros ricos que estavam a bordo.
Após a decolagem, os criminosos anunciaram o sequestro e a tomada do controle da aeronave. Como aquele ato nunca havia acontecido antes, os passageiros e os pilotos não entenderam muito bem e não aceitaram as ordens dos bandidos.
A negativa de seguir as ordens, ato esse condenado na maioria das situações de sequestros atuais nos diversos treinamentos de tripulantes e funcionários de empresas aéreas, gerou um caos na cabine e um tiro acertou a nuca de Dale Cramer, matando-o instantaneamente.
O corpo de Cramer se projetou para frente e atingiu os controles do hidroavião, que baixou o nariz em uma queda livre para o oceano no qual sobrevoavam.
Segundo relatos da própria Cathay Airways na época, o avião mergulhou em um ângulo muito íngreme, rasgando o nariz da aeronave com o impacto.
O mais curioso disso tudo é que houve um sobrevivente. O chinês Wong Yu, que segundo o livro de Charles Eather, Syd’s Pirates, apenas sobreviveu porque a pressão da água entrando na fuselagem após o impacto arremessou a cauda do avião para longe, justo onde estava o chinês, que foi “ejetado” e não sofreu os efeitos do impacto de maneira fatal como os demais.
Wong Yu, após ser resgatado e tratado de seus múltiplos ferimentos, passou a ser investigado como um dos suspeitos pelo ‘sequestro’. Após alguns meses negando sua participação, o chinês acabou por confessar que integrava o grupo de 4 sequestradores daquele voo.
O crime era tão desconhecido que nem foi classificado como sequestro. Foi chamado de pirataria aérea. As autoridades não sabiam como processar Wong Yu após sua confissão, pois o crime ainda não existia na época. Os portugueses de Macau e os britânicos de Hong Kong nem sabiam quem tinha a jurisdição do caso.
De acordo com o South China Morning Post, o diretor da Cathay da época, muito surpreso com o fato, descreveu-o como “fatos tão fantásticos que pareciam inacreditáveis”.
O sequestro terminou com o trágico número de 26 mortos. Após 3 anos esperando ser julgado, Wong Yu, considerado o primeiro sequestrador de um avião comercial da história, foi autorizado a retornar à China e ninguém sabe o que aconteceu depois com ele.
Hoje, as empresas aéreas adotam diversos procedimentos contra sequestros, internamente conhecidos como interferência ilícita, não apenas pelo caso dos quatro sequestradores, mas principalmente após o maior atentado terrorista da história, em 11 de setembro de 2011, que foi todo orquestrado através de sequestros de aeronaves, tornando as exigências de segurança contra esses atos muito mais rigorosas.