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A Boeing anunciou nesta sexta-feira (9) um possível problema elétrico em suas aeronaves 737 MAX, recomendando a 16 empresas que utilizam o modelo que verifiquem a existência da avaria antes de continuarem operando com ele. No Brasil, a única companhia que utiliza o 737 MAX é a Gol.
De acordo com o comunicado da Boeing, o problema pode estar em um aterramento insuficiente para um componente do sistema de energia elétrica do avião.
“Estamos trabalhando em estreita colaboração com a Agência Nacional de Aviação Civil dos Estados Unidos (FAA) nesta questão. Também estamos informando nossos clientes sobre a numeração das aeronaves afetadas e forneceremos orientações sobre as ações corretivas apropriadas”, disse a empresa.
Em março de 2019, os 737 MAX foram obrigados a ficarem no chão depois que acidentes mataram 346 pessoas na Etiópia e na Indonésia, provocou ações judiciais, investigações do Congresso e do Departamento de Justiça e cortou uma fonte importante de renda da Boeing.
Um painel da Congresso dos Estados Unidos concluiu, após 18 meses de investigação, que os dois acidentes com o Boeing 737 MAX resultado de falhas da fabricante de aeronaves Boeing e da FAA. “Eles foram o terrível resultado de uma série de suposições técnicas incorretas dos engenheiros da Boeing, uma falta de transparência por parte da administração da Boeing e uma supervisão grosseiramente insuficiente da FAA”, concluiu o relatório.
Em meio à crise, a Boeing decidiu também rescindir em abril de 2020 o acordo de compra da área da aviação comercial da Embraer, que previa a criação de empresa conjunta de US$ 5 bilhões que teria controle da gigante americana.
Quase dois anos depois, em novembro de 2020, a Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos autorizou que o modelo voasse novamente. O chefe da FAA, Steve Dickson, assinou uma ordem suspendendo a proibição de voos e a agência divulgou uma diretriz de aeronavegabilidade detalhando as mudanças necessárias.
No último mês de dezembro, um 737 MAX da American Airlines decorou de Miami rumo a Nova York, marcando o primeiro voo comercial do modelo nos EUA após a retomada.
Também em dezembro, a Gol retomou as operações da aeronave no Brasil depois de a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) liberar os voos. Segundo a companhia aérea, que é a única no país a utilizar a aeronave, treinamentos e rigorosos testes foram feitos para que o retorno fosse possível.