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Um homem bom, pode-se resumir assim a trajetória de vida de Dom Alcimar Caldas Magalhães que contribuiu muito com a população humilde do alto Solimões. Foi dessa forma que o Deputado Estadual Belarmino Lins, PP, que está em São Paulo, SP, definiu o grande líder religioso que o Brasil perdeu no último domingo. Natural de Benjamin Constant, O frei Evangelista, nome de batismo na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, foi nomeado bispo pelo Papa João Paulo II em 1981 para a diocese de Carolina, no Maranhão. Em 1990 foi transferido para a então prelazia do Alto Solimões, onde tomou posse no dia 18 de novembro daquele mesmo ano. “Foi figura importante não só na religião, mas também influente nas políticas públicas voltadas para o povo humilde de vários governos estaduais”, lembrou Lins.
Trajetória e liderança
Dom Alcimar Fez os primeiros votos no convento de Parnaíba, Piauí, em 1964, seguindo de imediato para Itália onde concluiu o curso de Teologia e recebeu o presbiterado das mãos de Dom Adalberto Marzi, titular da então Prelazia de Alto Solimões, em 9 de julho de 1967. Cantou sua primeira missa na tumba de São Francisco na Basílica de São Francisco de Assis, em Úmbria. Formou-se em Teologia Dogmática pela Pontifícia Universidade Lateranense e em Jornalismo pela Universidade Internacional Pro Deo, ambas em Roma.
De volta ao Brasil, foi designado pároco de São Paulo de Olivença, no Amazonas, dentro da Ordem dos Capuchinhos. Em 3 de setembro de 1981, o Papa João Paulo II nomeou Frei Evangelista para a vacante Diocese de Carolina, no Estado do Maranhão. Sua sagração episcopal ocorreu em 25 de outubro seguinte, na capital do Amazonas, na Igreja de Nossa Senhora Aparecida, tendo como celebrante o arcebispo Dom Milton Correia Pereira. Esteve à frente daquela diocese por quase dez anos. Entre 1983 a 1989, atuou na Pastoral da Juventude e da Pastoral da Comunicação no Regional Nordeste IV da CNBB, Maranhão e Piauí. E foi membro e vice-presidente nacional do Movimento de Educação de Base (MEB) e ajudou a criar a Diocese de Imperatriz.
Em 12 de setembro de 1990, foi designado para assumira Prelazia de Alto Solimões em substituição a Dom Adalberto Marzi, o qual renunciara em razão de sua idade. Em 14 de agosto do ano posterior, Alto Solimões foi elevada à condição de diocese e Dom Evangelista, seu bispo titular.
Em 2002, organizou e executou em parceria com o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas o Programa de Zoneamento Ecológico, Econômico e Participativo na Microrregião do Alto Solimões.
Dom Alcimar desenvolveu seu episcopado em prol dos marginalizados urbanos, das comunidades ribeirinhas e indígenas. Após 24 anos de serviço, teve que renunciar por atingir a idade canônica, com solicitação atendida pelo Papa Francisco em 20 de maio de 2015. “Sempre acompanhei o belíssimo trabalho de desenvolvimento social desenvolvido por Dom Alcimar, humilde em gestos e Gigante na ação, era recebido sem hora marcada pelos Governadores Gilberto Mestrinho, Amazonino Mendes e Eduardo Braga, sempre levando consigo projetos de inclusão social e agricultura para a melhoria da qualidade de vida do povo do Alto Solimões, um missionário incansável que merece o descanso ao lado de Deus Pai, a quem lhe serviu e dedicou toda a vida”, finalizou o Deputado Belão.
Dom Alcimar comandou a Prelazia e Diocese do Alto Solimões por 24 anos e renunciou ao cargo por motivos de idade, sendo substituído por Dom Adolfo Zon.
