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Comunidades afetadas pela seca no Amazonas recebem purificador de água

Aparelhos foram instalados na última semana com o objetivo de auxiliar a população que enfrenta dificuldades no acesso ao insumo em meio a seca severa que atinge o estado.

Comunidades localizadas em Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) nos municípios de Novo Aripuanã e Manicoré, interior do Amazonas, receberam purificadores de água potável. Os aparelhos foram instalados na última semana com o objetivo de auxiliar a população que enfrenta dificuldades no acesso ao insumo em meio a seca severa que atinge o estado.

O Amazonas enfrenta uma crise ambiental sem precedentes em 2024, com uma seca que chegou antecipada e já impacta mais de 460 mil pessoas no estado, segundo a Defesa Civil. A escassez de água está isolando cidades e comunidades e prejudicando a economia local. Atualmente, todos os 62 municípios do estado se encontram em situação de emergência devido à seca e queimadas.

A instalação dos equipamentos ocorreu entre os dias 10 e 19 de setembro, como parte da Operação Estiagem 2024, lançada pelo governo do estado em julho deste ano. Foram contempladas com os purificadores as comunidades Santa Rosa e Delícia, na RDS do Rio Madeira, e Santa Maria, Urucury e Pandegal, na RDS do Rio Amapá.

Os purificadores de água instalados são reconhecidos por sua eficácia na remoção de bactérias, sedimentos e outros contaminantes, tornando a água dos rios própria para o consumo humano. Cada kit possui capacidade para purificar até 5 mil litros de água por dia.

O equipamento de filtração é composto por carvão mineral particulado e areia. A água também recebe purificação com sulfato de alumínio e cloro 70%. O sulfato ajuda na decantação de sedimentos, enquanto o cloro auxilia na eliminação de microrganismos e coliformes fecais.

As estruturas montadas possuem suporte para a caixa d’água, torneiras, além de saídas para esvaziamento da caixa, limpeza dos canos e retrolavagem. Todo o kit possui durabilidade de oito a 14 anos, a depender do manuseio.

Os comunitários que auxiliaram nas construções também receberam uma capacitação para manter as estruturas, caixa d’água e purificador.

“É um patrimônio que nós estamos recebendo hoje que não servirá só para o hoje, mas para o futuro também. Com a mudança que nós estamos tendo no clima hoje, essa estrutura será muito valiosa para os nossos filhos, que aprenderam conosco hoje a cuidar da água, e a manter esse pequeno espaço que nós criamos dentro da comunidade”, declarou a presidente da comunidade Urucury, Jhuacelly Campos.

Ao todo, a ação já beneficiou 133 famílias em Unidades de Conservação. Outras instalações serão programadas em mais três comunidades, ainda sem data informada.

Crise ambiental no estado

Em 2024, o Amazonas registrou os primeiros sinais de seca, ainda no mês de julho. As mediações já indicavam que essa poderia ser a pior seca já registrada no estado.

Os impactos do fenômeno já são sentidos em todo o Amazonas. Em Manausa descida do Rio Negro está mudando o cenário da Orla de Manaus e afetando a rotina tanto da população quanto dos trabalhadores da área portuária.

Em 2023, o rio registrou a pior seca da história ao atingir 13,59 metros em Manaus.

No município de Tabatinga, um dos pontos mais afetados pela seca, o Rio Solimões atingiu o nível de -2,20 metros, neste domingo (22). Os dados apontam que esta é a maior seca, pelo menos, dos últimos 40 anos na região, segundo o Serviço Geológico Brasileiro (SGB).

 

 

*Fonte: G1AM

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